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terça-feira, 21 de junho de 2016

O Artesanato

O artesanato é feito a partir de tudo aquilo que a natureza oferece tais como madeiras, sementes, palhas, cipós, argilas, penas, bambus, e etc. Alguns artesanatos são feitos de barro como o pote, a talha e a panela. Outros são feitos de cipó como o caçuar e o cesto. E ainda têm os que são feitos com uruba como a peneira e o leque. Toda esta produção artesanal está ligada às necessidades do cotidiano, bem como, alguns artesanatos estão relacionados a proteção espiritual como, por exemplo, o colar de Tento.

Os povos sempre vendem objetos típicos em eventos fora da Aldeia. Uma vez por semana, um representante da aldeia vai à cidade mais próxima e tenta vendê-los. Peneiras, bolsas, cestos, flechas, tiaras, brincos e colares são os mais procurados pelos “não índios”. “Todo dinheiro das vendas é utilizado para ajudar o povo da aldeia”. No fim de eventos, que duram até uma semana, é possível vender até R$170 em objetos, mas esse dinheiro ainda é muito pouco para ajudar as deficiências das aldeias.

O artesanato é uma das maneiras do povo pataxó manter viva a cultura, é no artesanato que os pataxós criam o que foi aprendido com os antepassados, cada artesanato tem um significado e um jeito para ser usado.






Myllena Maboni.

FONTES:
Uni Blog: Auxílio para Trabalhos Pedagógicos. Disponível em <http://www.uniblog.com.br/heloquin/441702/tribo-pataxo.html>.
Prefeitura de Carmésia, MG. Disponível em < http://carmesia.mg.gov.br/municipio/povo-pataxo>.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

O Fogo de 1951

O Fogo de 1951 é um marco bastante trágico da história Pataxó. Dois homens homens procuraram pelos Pataxós dizendo que haviam interesse em ajudar na demarcação que terras Pataxó que enfrentavam um conflito com o governo do Estado que criara o Parque  Nacional de Monte Pascoal, território Pataxó. Houve então um assalto, realizado por estes dois homens. Porém, foram os Pataxós que sofreram as consequências cruéis da culpa que lhe impuseram. A Aldeia Barra Velha se extingui. Houve incêndio, mortes e muita crueldade. Os Pataxós que sobreviveram fugiram e se refugiaram como puderam. Nos anos 2000 quatro famílias voltaram a reivindicar suas terras em torno do Monte Pascoal.

Para ilustrar esta história veja imagens de "Um cordel indígena: Historia dos dois ladrões que obrigou os índios roubar" (ver fonte) e "O Fogo de 1951", de Jorge Linhaça:









O Fogo de 1951
Jorge Linhaça

Viviam os Patoxó
em sua terra em paz
E dois filhos do satanás
Servos dos "nobres" (quem mais?)
Sem nome que seja lembrado
Fizeram um plano traçado
De intriga e serventia
que aos do poder serviria
Pra território ocupado

Era o Parque Nacional
do dito Monte Pascoal
Sobreposto ao território
dos Pataxó, que imbróglio
Madeireiras, pecuária
as desculpas da mortalha
Interesse da nação?
Levando á quase extinção
A tribo pacífica, agrária

Engenheiro e tenente
Fazendo-se de amigos
dos Pataxó residentes
Convenceram essa gente
a visitar Corumbau
Num episódio fatal
Que merece ser lembrado
Como um ardil engendrado
de memória surreal

Saquearam o armazém
E cortaram o telégrafo
Inputaram a culpa a quem?
Ao grupo dos Pataxó
Logo a polícia sem dó
Aliada à jagunçada
A Aldeia fez cercada
Mataram, prenderam, sem dó
Qual tragédia anunciada

Pataxó escravizados
Manchando nossa história
Com esta triste memória
Foi tão grande a matança
E tão pouca a esperança
Que índio virou caboclo
Para escaparem uns poucos
Do destino tão cruel
Que me traz à boca o fel

Declarados extintos
Os pataxós escondidos
Aos poucos foram crescendo
A cultura refazendo
Em seus lugares distintos
O ano já era dois mil
E 120 famílias
Descendentes da armadilha
Tiveram um ato viril

Retornaram à aldeia
sua terra imemorial
Resgate da identidade
Não caboclo da cidade
O seu nome era um só
Nobre povo Pataxó
Foram expulsos à bala
por capangas da gentalha

Em 2003 retornaram
Por sua terra lutaram
Aldeias reconstruíram
Resgatando a cultura
Em seára seca e dura
Até que enfim atingiram
Derrotar os que os baniram
Retomar seu território
Depois de anos inglórios
Que os carrascos infligiram

Salve o povo Pataxó
Viva a sua resistência
Apesar da anuência
De um governo sem dó
Que com sua displicência
Achando ter competência
Quase reduziu a pó
Os primeiros brasileiros
A contatar estrangeiros

Viva Dona Zabelê
Sobrevivente do fogo
que nunca negou o seu povo
Viva Kijetxawê
A escola edificada
Essa"Casa ond'a cultura
é experencializada"
Na língua Patxohã
Por dona Zabelê falada

Findo aqui o meu relato
Mais um fato esquecido
Esperando que os ouvidos
Ouçam e entendam de fato
Quão grande é a ganância
E tão pouca a excelência
De quem tem a prepotência
De se achar por sobre a lei
E praticar tão vis atos

A diáspora Pataxó
E a sua resistência
Que nos sirvam de recado
De que as linhas do tempo
Não respeitam geografia
Qual diáspora Judia
Voltou o povo à terra
Cada qual com sua guerra
Mas com o mesmo resultado

Brenda Salzmann.



FONTES:
Recanto das Letras. Salvador, 11 de dezembro de 2011, (contatos com o autor: anjo.loyro@gmail.com). Fonte bibliográfica: <
http://www.rededesaberes.org/3seminario/anais/textos/ARTIGOS%20PDF/Artigo%20GT%202A-06%20-%20Paulo%20de%20T%E1ssio%20Borges%20da%20Silva.pdf>. Disponível em <http://www.recantodasletras.com.br/cordel/3383574>
Florent Kohler. Um cordel indígena: Historia dos dois ladrões que obrigou os indios roubar. Congresso Internacional de Literatura de Cordel, Oct 2005, Poitiers, France. HAL Id: halshs-00263689 https://halshs.archives-ouvertes.fr/halshs-00263689 Submitted on 13 Mar 2008. Disponível em <
https://hal.archives-ouvertes.fr/halshs-00263689/document>
CUNHA, Rejane Cristine Santana. O FOGO DE 51: Entre a memória oficial e as subterrâneas. Anais Eletrônicos - VI Encontro Estadual de História - ANPUH/BA, 2013 ISSN 2175-4772. Disponível em <
http://anpuhba.org/wp-content/uploads/2013/12/rejane-cristine-santana-cunha.pdf>

Povo Pataxó na Costa do Descobrimento

Em nossa primeira postagem trouxemos como fonte um documentário da TV Brasil, que no seu programa Expedições falou do Povo Pataxó na Costa do Descobrimento. Veja a nota a seguir (retirada do site da TV Brasil) e logo abaixo o vídeo do documentário.


"Programa mostra a luta do povo que encontrou meios para resistir à pressão dos brancos e manter sua cultura

Expedições percorre o sul da Bahia para conhecer os índios Pataxós, que estão totalmente ligados à terra do descobrimento. Concentrados em aldeias há pelo menos 150 anos, esse grupo indígena ocupa o litoral baiano, que vai desde Belmonte e Cabrália, ao norte, passando por Porto Seguro e Monte Pascoal, até Prado, ao sul.

No século XX, os Pataxós sofreram um grande processo de aculturação e foram colocados à margem da sociedade. Os resultados foram a invasão de seus territórios e a perda quase total de sua cultura – um processo intensificado, principalmente com a implantação de grandes fazendas de pecuária.

Paula Saldanha e Roberto Werneck documentam a Reserva da Jaqueira, ligada à Reserva da Coroa Vermelha, que abriga um Ponto de Cultura, onde famílias vivem para manter e divulgar a cultura Pataxó; Barra Velha, considerada a ‘Aldeia Mãe’, a mais populosa e a mais tradicional; Aldeia Pé do Monte, na base do Monte Pascoal – referência espiritual para os Pataxós; e as ‘Escolas Diferenciadas’, com professores indígenas e ensino bilíngue, que preparam os jovens para a vida moderna, valorizando os costumes, a cultura e a identidade étnica entre as novas gerações.

Uma conquista recente foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STJ), que reconheceu o direito dos Pataxós às terras da reserva Caramuru-Catarina-Paraguassu, anulando todos os títulos de propriedade concedidos a fazendeiros, em terrenos localizados dentro dessa área indígena.

Expedições mostra o que lideranças indígenas estão fazendo para conquistar qualidade de vida para cerca de 20 mil brasileiros que compõem o povo Pataxó. O documentário mostra também a luta de um povo guerreiro que encontrou meios para resistir à pressão dos homens brancos e para manter sua cultura viva."



Brenda Salzmann.

Ubiranan Pataxó

O índio Pataxó Ubiranan (nome que traduzindo de sua língua significa o filho do grande guerreiro) é um representante do povo Pataxó do extremo sul da Bahia que viaja com intuito de mostrar a cultura de seu povo. Seguem diversos vídeos de Ubiranan:

Aqui o índio se apresenta e faz uma demonstração de canto de pássaros utilizando instrumentos artesanais na Feira de Artesanatos nos Jogos dos Povos Indígenas, em Cuiabá, em 2013. Através do uso dos sons Ubiranan ensina alunos da aldeia e de escolas públicas da cidade de Porto Seguro (BA), a distinguir os cantos dos pássaros, que para os índios têm significados distintos, e também a respeitar a natureza.


Em entrevista durante o Rio+20 (Entenda o Rio+20: www.rio20.gov.br):


Em matéria sobre a festa Aragwaskã, que já falamos aqui:



No Festival Nacional da Cultura Indígena de 2012 em Bertioga:


Em conversa com a redação do Jornal do Tocantins e falando um pouco sobre a presença e as expectativas para os Jogos Mundiais Indígenas:

Assista ao vídeo AQUI.

Ubiranan já ficou bastante popular na internet e existem videos que exaltam as qualidades do indígena e brincam como verdadeiras declarações. Poderíamos, quem sabe, chamá-lo de galã Pataxó.


Brenda Salzmann.


FONTE:
Ministério do Esporte. Disponível em <http://www.esporte.gov.br/index.php/ultimas-noticias/209-ultimas-noticias/45608-guerreiro-pataxo-encanta-ministro-com-assovios-ao-imitar-o-canto-dos-passaros>


O Povo Brasileiro - Matriz Tupi





Um documentário baseado na obra de Darcy Ribeiro, O Povo Brasileiro. Inicia-se com “Matriz Tupi”, o primeiro povo componente da etnia brasileira. O Brasil índio já existia a mais de mil anos dos 1500, quando houve o encontro com os descobridores.

Há uma descrição dos povos indígenas que aqui habitavam, bem como as suas principais características. Os índios basicamente eram os tupinambás. Não havia, no entanto, uma nação tupi, havia uma abundância de tribos, totalmente autossuficientes em sua interação com a natureza. Conheciam a natureza em detalhes, conhecendo plantas e animais e conhecendo os diferentes usos a fazer.

Darcy viveu por dez anos com os índios, que se tornaram a sua maior paixão.

Os tupinambás viviam em função das guerras e das festas. A guerra era por conquista de melhores espaços. Não escravizavam os vencidos, incorporavam a sua força, realizavam ritos antropofágicos, o ritual maior de suas festas. Não havia pelejas internas, furtos ou brigas. Eram educados para a convivência a partir dos mais velhos. O poder emanava do exemplo, do carisma e da tradição. Jamais se davam ordens. Havia muitas liberdades. Casamentos podiam ser feitos e desfeitos. A homossexualidade não era vergonhosa e não era escondida de ninguém.

Havia a diferença de gênero, os homens eram educados para as funções da caça e da pesca e para a fabricação destes utensílios, bem como as canoas. As mulheres eram educadas para a tecelagem, o preparo das comidas e das bebidas e das grandes festividades. Não havia praticamente diferenças entre arte e trabalho. Não faziam grandes distinções entre esta vida e a outra. A outra seria uma continuidade do paraíso em que já viviam.

Iniciando o estágio da agricultura, já cultivavam a mandioca, o milho, a batata-doce, o cará, o feijão, o amendoim, o tabaco, a abóbora o guaraná, entre outros, e faziam deles alimentos e matérias primas para condimentos, estimulantes e venenos. Conheciam e interagiam com a natureza.

O traço mais marcante de sua cultura era a preservação de sua identidade. Na convivência aprendiam a serem índios. Era uma força que brotava de seu interior. A alegria era uma de suas maiores marcas. Viviam fazendo festas, comemorando nascimento, plantio, colheitas e mesmo rituais fúnebres. Eram implacáveis com os seus inimigos. Na guerra havia honra, uma ética e até uma estética. A morte era natural. A tribo os vingaria. Só não cabia em sua cultura, a desonra, a fuga e a mostra de fragilidades. Darcy narra o encontro com um índio que lhe nomeou mais de 1000 parentes, tal era o valor que davam aos grupos tribais e gostavam de lembrar e serem lembrados pelos feitos em sua vida. Não tinham como se vangloriar de posses, pois tudo era comum.

Tinham tudo, mas nada possuíam. Cultivavam roças próprias, mas a terra era de uso comum. Entre as grandes heranças nos deixaram os deslocamentos rápidos e a convivência com a floresta, o banho diário, a alimentação, mas acima de tudo a sua vida integrada com a natureza e o seu espírito de alegria e predisposição para a festa. Viviam se pintando, se enfeitando, cantando, dançando e brincando. Havia ricos rituais para tudo.

Quando viram os colonos chegarem a seu paraíso, imaginaram que eram os deuses que com eles vieram conviver no paraíso. Mal pensaram eles que era outra cultura chegando e que faria deles, meros objetos para os seus ganhos em outros valores, os valores cifrados em pau-brasil, cana de açúcar, ouro ou diamantes. Uma cultura que os transformaria em ninguém, palavra que Darcy usa bastante, para designar que com a soma desses ninguéns é que foi se formando o povo brasileiro e a ele dando identidade. Além de Darcy, participam deste primeiro capítulo, Aziz Ab'Saber e Washington Novaes, que explanam sobre o tema e Chico Buarque de Holanda a fazer leituras. (Texto: Blog do Pedro Eloi).


Brenda Salzmann.


FONTES:
Blog do Pedro Eloi. Disponível em <http://www.blogdopedroeloi.com.br/2013/04/o-povo-brasileiro-1-matriz-tupi.html>
VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=wfCpd4ibH3c.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Reconhecimento Étnico

Os índios Pataxós foram reconhecidos como tribo indígena brasileiras logo após a chegada dos portugueses ao Brasil, no ano de 1.500, juto a tribo Tupi-guarani. Pelo norte do estado do Espírito Santo até Ilhéus na Bahia era possível encontrar grande número desses índios. Mas a legitimação dessa tribo veio mais tarde, em 1926, após a Lei estadual publicada no Diário Oficial de Salvador de 11 de agosto. Contudo, as grandes dificuldades para preservar seu legado histórico e cultural transcendeu por longos séculos, e persiste até hoje.

De acordo com a Funasa, órgão federal responsável também pela saúde dos índios, existiam 2.375 índios pataxós, até 2010, localizados em boa parte da região litorânea do estado da Bahia. Até antes mesmo desta última contabilização os integrantes das tribos, essa população indígena já vinha apresentando perda de componentes do grupo devido a tomada de terras indígenas pelos portugueses que ainda continua, porém atualmente com os ruralistas como precursores das disputas.






Myllena Maboni.



FONTE:
Pensamento Verde. Disponível em <http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/saiba-mais-sobre-os-indios-pataxos/#>.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Pintura Corporal Pataxós

A pintura corporal tem grande valor cultural para os pataxós, pois representa parte da história do povo, e está relacionada aos seus principais rituais sagrados. Para cada grande evento, como casamentos, nascimentos, lutas ou danças, há pinturas específicas para cada parte do corpo com significados profundos. Já através do canto e da dança, os pataxós retiram as energias da terra, do fogo, da água e do ar, e estabelecendo uma comunhão com a natureza.


Os materiais utilizados normalmente para isso são tintas como o urucum que produz o vermelho, o jenipapo da qual se adquire uma coloração azul marinho quase preto, o pó de carvão que é utilizado no corpo sobre uma camada de suco de pau-de-leite, e o calcário da qual se extrai a cor branca.

O processo de preparação da tinta consiste em ralar a fruta com semente e depois misturá-la com outros pigmentos, como o carvão, para diversificar as cores. Essa pintura corporal tem como objetivo diferir os povos, determinar a função de cada um dentro da aldeia e, em alguns casos, mostrar o estado civil. Algumas índias utilizam esse método, por exemplo, para “dizer” que estão interessadas em encontrar um parceiro. Qualquer índio pode preparar o material e depois usá-lo. Entretanto, é importante tomar muito cuidado com os desenhos a serem pintados. Cada etnia tem sua própria marca e se alguma outra utilizar a mesma, uma luta entre as aldeias pode ocorrer.


O corpo é pintado com urucum para as festas, lutas, trabalhos e retomadas das terras. Já a pintura com jenipapo é usada quando vão dançar o Awê e nas batalhas. 

Para os Pataxó, em cada tipo de linguagem há um espírito, cada coisa que fazem é uma homenagem a eles. Tudo o que fazem envolve muito respeito pois tudo na vida deles é sagrado.

Nas pinturas corporais dos índios Pataxó, cada cor tem seu significado:

- VERMELHA: é usada para a guerra;
- PRETA: usada no luto de parente;
- BRANCA: significa paz.




Myllena Maboni.


FONTES:

Blog Diversidade e Identidade. Disponível em <http://diversidadeeidentidade.blogspot.com.br/2011/04/pinturas-corporais-pataxo.html>.
AVIESP (Associação das Agências de Viagens Independentes do Interior do Estado de São Paulo, Especial Bahia: Conheça os Índios Pataxós. Disponível em <https://aviesp.com.br/2016/02/24/especial-bahia-conheca-os-indios-pataxos/>.
Uni Blog: Auxílio para Trabalhos Pedagógicos. Disponível em <http://www.uniblog.com.br/heloquin/441702/tribo-pataxo.html>.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Lenda Pataxó - A Lenda da Amesca

Amesca era uma jovem pataxó, escolhida pelo seu povo para ser guerreira da aldeia, por ser uma escolhida ela não poderia ter filhos e nem se casar. Com o passar dos anos ela foi se tornando uma jovem linda e encantadora e acabou se apaixonando por um índio da mesma aldeia onde vivia.

Muito apaixonada a jovem se entregou para esse índio e acabou engravidando, ao sentir que era gêmeos ela se desesperou, pois segundo a cultura, um filho viria trazer o bem e outro o mau, acreditavam que isso era uma maldição e teriam que sacrificar um dos seus filhos, pensando nisto Amesca chorava todos os dias, passou todo o período da gravidez angustiada com isso. Quando chegou a hora de ganhar as crianças ela acabou falecendo e os índios então entenderam que a maldição teria morrido com a jovem. 

A enterraram e depois de um tempo a tribo se mudou. Quando os pataxós voltaram para a antiga aldeia viram que na cova da jovem havia nascido uma árvore. Por soltar uma rezina branca parecendo lagrima e duas frutinhas grudadas muito doces como se fosse gêmeas, deram o nome para a árvore de amesca. 

Uma árvore muito importante para os Pataxó. A sua seiva é usada nos rituais sagrados do povo Pataxó em forma de incenso, para espantar os maus espíritos e fortalecer os espíritos dos guerreiros. Também tem importante uso medicinal: a seiva serve para combater dores de cabeça, dor de dente, sinusite, dor de barriga e outros. Seu aroma é bastante agradável. 






Tamires Lunkes.


FONTES:
Imagens: Farmácias Vivas. Disponível em <http://farmaciasvivas.blogspot.com.br>
Portal da Cultura Viva Pataxó. Disponível em <http://www.mukamukaupataxo.art.br/Historia-e-Narrativas-Pataxo>

Turismo na Tribo Pataxó

Para quem quer inovar em seus passeios, o turismo indígena é uma boa opção de lazer. No sul da Bahia, os índios das 17 aldeias presentes lá, recebem cerca de 50 mil visitantes entre os meses de dezembro e fevereiro. 

Na mata nativa da Reserva da Jaqueira, onde tem um significado especial para os Pataxó que falam que é morada dos espíritos, e um lugar repleto de energias positivas, já possuem água encanada, energia elétrica e banheiros. 

Na reserva são praticadas atividades como educação ambiental, aliada ao ecoturismo, pintura corporal, praticas de arco e flecha, degustação da culinária típica, adquirir artesanatos confeccionado pela própria tribo. 

Se você se interessou em conhecer a tribo, a empresa de turismo Pataxó Turismo, leva você a ter uma vivencia indígena, para qualquer outra informação, segue o site http://www.pataxoturismo.com.br/








Isabela Beltrão.


FONTES:
Portal G1 de Notícias. Disponível em <http://g1.globo.com/bahia/verao/2015/noticia/2015/01/turismo-indigena-e-opcao-de-lazer-para-quem-visita-extremo-sul-baiano.html>
Associação Pataxó de Ecoturismo. Disponível em <http://coorpy.com.br/associacao-pataxo-de-ecoturismo>
Pataxó Turismo. Disponível em <http://www.pataxoturismo.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=154&Itemid=46>.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Festa das Águas – Aldeia Imbiruçu, MG


Festas das águas, Aldeia Imbiruçu-MG

Todos os anos no período da chegada das Águas, em 05 de outubro, acontece a Festa das Águas, o qual é um ritual dos Pataxós que simboliza fartura. Neste dia, pode-se vivenciar várias manifestações culturais dos Pataxó como as comidas, as danças, o artesanato, as pinturas, e as brincadeiras.

Na Festa das Águas os desenhos corporais se relacionam com os elementos da natureza, como o cipó da Hãmay e a pintura da “semente mauí na boquinha do peixe”- desenho que simboliza fartura. Há uma diferença também nos significados das pinturas nos homens e nas mulheres. Os desenhos dos homens representam Força e União, e o das mulheres Força, Proteção e Fartura. Na Festa das Águas também podem ser celebrados o batizado das crianças.

Na Aldeia Imbiruçu, a Festa teve seu início em outubro de 1991. No início eram apenas indígenas que participavam. Hoje, os Pataxó convidam, também, os não índios para participar desse ritual. O dia 05 de outubro é considerado um dia de muita fartura, muito alimento e muita alegria na Aldeia. Os Pataxó cantam, dançam, trocam brincadeiras, preparam várias comidas típicas e tomam o banho de água e de lama para “purificar o corpo e pedir que renove o nosso corpo, nossa vida”.



Myllena Maboni.



FONTES:

Portal da Prefeitura de Carmésia, Caminhando com o seu povo. Disponível em <http://carmesia.mg.gov.br/municipio/povo-pataxo>.
Video: Dança na Festa das Águas da Aldeia Imbiruçu. Disponivel em <www.youtube.com/watch?v=g-sA9lXVMVk>

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Língua dos Pataxós

O tronco lingüístico Pataxó é o macro-jê, da mesma família de línguas Maxacali, Os maxacalis, também chamados maxacaris (maxakalí), e a semelhança entre sons e significados são bem relevantes. Durante muitos anos a língua pataxó foi quase esquecida e por pouco não foi extinta, mas esse povo é guerreiro e através de um estudo de pesquisa, professores e lideranças pataxós da Bahia iniciaram um processo de revitalização da língua.

Conversaram com os mais velhos e conseguiram resgatar um montante de palavras que eram usadas no dia a dia e presente nas musicas Pataxó, através de um projeto de pesquisa. Depois de muita pesquisa e estudo, batizaram a língua de Patxohã que quer dizer: pat são as iniciais de pataxó: atxohã é língua e Xôhã é guerreiro. Ou seja, linguagem de guerreiro. Depois de realizado esse trabalho, começaram os intercâmbios entre os professores e comunidades pataxós de Bahia e Minas Gerais para que a língua pataxó fosse revitalizada entre os povos que residem em outro estado.

Patxohã é ensinado nas escolas pataxós para as crianças com a finalidade de manter viva a cultura através não só da língua, mas de todo um trabalho cultural realizado por professores indígenas, que atuam como agentes culturais.

Livro com orientações metodológicas, registradas a partir das experiências desenvolvidas nas escolas indígenas, resultantes do exercício constante de concretização de uma educação especifica e diferenciada. Professores Pataxó sistematizaram novas experiências, novos saberes e novas práticas, na busca da reafirmação dos saberes e valores étnicos de seu povo.


Atualidades: Hoje a maioria dos pataxós.Vivem na Aldeia Barra Velha (Arahuna'á Makiame) Comemoram 500 anos de Brasil, na aldeia a cultura é ensinada em um colégio com infra-estrutura moderna para atender a necessidade da educação na aldeia, assim pois tendo quatro professores da Lingua Pataxó, com intuito de passar o legado para as crianças e jovens sobre o bem cultural que é a lingua materna, e os jovens aprendem a lingua indígena, musica e dança, e em comerações na aldeia eles sociabilizam a cultura entre si tornando assim possível a comunicação entre eles.

Algumas palavras em Patxohã:

Akuã: flecha
Anerron: você
Baiachú: bonito(a)
Bodiapé: pão
Borê: ouriço ou caça
Crukê: comer
Foró: apagar
Guarapijope: guaraná
Há-ru-rê-rê: chamando
Hahãu: terra
Inrré: moça
Jaroba: bebida indígena
Kamaiurá: coragem
Nitinwã: frutas
Macaíaba: beijú
Tornon: vai



Victor Serra.

FONTE:
Ministério da Educação Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade Materiais Didáticos e Para-Didáticos em Línguas Indígenas. Disponivel em <
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/indigena/didatico_indigena.pdf>

terça-feira, 5 de abril de 2016

Terra Indígena dos Pataxós

Assim como diversos povos da região litorânea do Brasil que receberam os primeiros estrangeiros, os Pataxós sempre foram guerreiros e desde os tempos do descobrimento. Lutam para firmar território e preservar sua identidade cultural e histórica.

Em 1861, por decisão do governo, eles foram retirados e aldeados a força em Bom Jardim, atual reserva Barra Vermelha que fica perto do Monte Pascoal, ali permaneceram esquecidos por quase 100 anos. 

http://museudoindiorj.blogspot.com.br/2014_05_01_archive.html
Em 1943, o governo da Bahia criou o Parque Monumento Nacional Monte Pascoal, expulsando todos os índios que viviam nesse território. Após oito anos da criação do parque ocorreu um grande massacre na aldeia de Barra Vermelha, causado por policiais militares que ficou conhecido como fogo de 51. Naquela época muitos índios fugiram da aldeia Barra Vermelha para não serem mortos pelos opressores, desde então a maioria passou a esconder sua identidade indígena para evitar discriminação ou perseguições. 

www.pousadadascores.com.br/leitura_virtual/cultura_brasileira/indio.htm

Em 1961, o Estado da Bahia repassou o território do parque para a União, que criou por decreto o Parque Nacional do Monte Pascoal (Pataxó). Com a implantação do Parque os povos indígenas foram obrigados, mais uma vez, a retirar-se de suas terras tradicionais e abandonar suas roças e moradias. As aldeias de Coroa Vermelha, Mata Medonha, Corumbaú, Craveiro e outras surgiram à medida que, os parentes dispersos se juntaram nessas regiões. Nessa época os pataxós se espalharam em Itaquena, Trancoso, Porto Seguro, Rio dos Frades, Canavieiras, Itabuna, Ilhéus e fora da Bahia, no Espírito Santo e Minas Gerais. Depois de muito sofrimento fora de sua aldeia, muitas famílias resolveram voltar novamente para Barra Velha. Foram anos de muita luta. 

Após a criação da FUNAI foi enviado para Barra Vermelha o primeiro chefe de Posto Indígena. A situação não mudou muito. A FUNAI, junto com o governo do estado da Bahia, tentou retirar os pataxós de Barra Velha, propondo a transferência para outra área. Os Índios resistiram e não saíram, acarretando mais 17 anos de luta até a demarcação de 8.627 hectares de terras, em 1984. 

Em maio de 1997 foi demarcada a terra de Coroa Vermelha e em seguida no dia 19 de agosto de 1999, reconquistaram o Monte Pascoal que, para eles, é um lugar sagrado, onde estão suas raízes e onde estão brotando e dando novas frutos, que são as gerações do futuro do povo Pataxó. 

http://i1.wp.com/musicaemtrancoso.org.br

A luta pela demarcação de terras perdura até hoje, para que as terras indígenas sejam demarcadas e reconhecidas e pela ampliação das terras indígenas já demarcadas. 


Bárbara Teles Salgado.


FONTES: 
Música em Trancoso. Conheça os Índios Pataxós da Bahia. Disponível em <http://musicaemtrancoso.org.br/conheca-os-indios-pataxos-da-bahia/>.
ANAÍ (Associação Nacional de Ação Indigenista). Disponivel em <http://www.anai.org.br/PRJA/?page_id=9>.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Alimentação e Culinária Pataxó

Conhecidos pela culinária baseada em produtos naturais, onde os ingredientes são carnes de caça, pesca e frutos, raízes plantadas na própria reserva da tribo, antigamente os índios pataxós se mantinham apenas com esses produtos, porém, com a proibição da caça devido a extinção de animais, eles passaram a ter como base de sua alimentação diária a farinha de mandioca produzida em suas aldeias e por produtos comprados em mercados e mercearias da região.

Hoje os cozidos típicos da tribo são preparados apenas em comemorações como casamentos, batizados e na festa das águas. Pratos que são acompanhados pela bebida típica chamada cauim, feita a base de mandioca e sendo diurética. Outra receita típica a base da mandioca na tribo pataxó é a macaíba, conhecido em algumas regiões como beiju e tapioca. Um prato muito popular da tribo é o peixe na folha da patioba, alimentam muito saudável, que acreditam rejuvenescer o corpo e purifica o espirito.

Cultivam o Inhame, batata, amendoim e taioba. Produzem bebidas à base de tubérculos, raízes folhas, sementes de frutos. Caça de carne vermelha de animais de floresta como capivara, porco-do-mato, macaco e outros. O trabalho na lavoura é realizado pelos homens, as mulheres ficam responsáveis pela colheita e preparo.

Figura I: Mulheres indígenas trabalhando na colheita e preparo da mandioca. Disponível em<http://www.cliquef5.com.br/>

Toda a alimentação dos índios é natural com alimentos sem agrotóxicos. Isso ajuda na a serem saudáveis devido a abundância de nutrientes vitaminas e sais minerais.

Culinária Pataxó - Peixe na patioba

Modo de fazer: Pegar três patiobas de tamanho médio. Patioba é folha de uma palmeira encontrada na Mata Atlântica, o pati. Elas são lavadas depois colocadas no fogo para murchar. Em seguida pegar o peixe e coloca um pouco de sal, sem outros temperos. Logo depois pegar as três folhas e amarra ao peixe com a ajuda de um cipó verde. Quando estiver devidamente amarrado deve ser levado ao fogo, em brasa ou rescaldos, bastante aquecido para não queimar a folha e o peixe. Fica pronto em cerca de 30 minutos e deve ser comido com farinha de puba ou mandioca assada ou cozida.

Preparando o peixe na patioba. Disponível em <http://hojenaocompreiojornal.blogspot.com.br/>


Tamires Lunkes.


FONTE: 
Yandê A Rádio de todos. <radioyande.com/CEDEFES. <cedefes.org.brRede Globo. <redeglobo.globo.comZum. <zum.com.br>

quinta-feira, 24 de março de 2016

Um pouco sobre o blog...

Caros leitores, esta postagem é dedicada ao nosso plano de fundo. O conjunto pictórico que o compõe é formado por ilustrações de Taisa Borges. Em alusão aos desenhos presentes em dois daqueles que compõe uma coleção de cinco livros de lendas indígenas brasileiras da Editora Escrita Fina (“Era Uma Vez na Floresta” e “Ceiuci - A Velha Gulosa” de Maria Inez do Espírito Santo, “Tempo de Aldeia” de Edith Lacerda, “Saudades de Amanhã” de Daniel Manduruku, e “Um Índio em Minha Casa” de Tânia Mara de Aquino). Por meio dos livros a editora procura mostrar que as lendas e os ensinamentos que vieram dos povos indígenas são muito vastos e não podem limitar-se apenas ao Dia do Índio.

Veja a seleção do blog abaixo e mais desenhos de Taisa em cargocollective.com/taisaborges







Brenda Salzmann.


FONTE:
O Dia. 2015. Acesso in 23/03/2016. Disponível em <http://odia.ig.com.br/diversao/2015-04-18/a-forca-dos-mitos-indigenas-nas-paginas-de-cinco-livros.html>

terça-feira, 22 de março de 2016

Um pouco mais sobre o Aragwaksã - A conquista do povo Pataxó

Como vimos na postagem anterior, uma das principais festas do povo Pataxó é o Aragwaksã. O Aragwaksã é comemorado desde o ano de 1999 na Reserva da Jaqueira na Aldeia Coroa Vermelha, acontece sempre no dia primeiro de agosto e pode-se estender por até três dias de festa. É uma comemoração que envolve muitos outros rituais. Durante o Aragwaksã o povo Pataxó canta, dança, realiza seus casamentos tradicionais, batismo, a caçada do guerreiro e ainda praticam modalidades esportivas. É um momento de confraternização. Participam mais de quinze aldeias, os pajés e a liderança e ainda é aberto a turistas, e outras pessoas de fora da tribo que desejam conhecer mais sobre essa cultura.

Durante o Aragwaksã os índios Pataxó comemoram a grande conquista, que foi o estabelecimento de seu espaço na Reserva da Jaqueira. Eles aproveitam este marco importante na história, comemorado todos os anos, para conservar a tradição e cultura de seu povo. No decorrer dos atos festivos eles se fortalecem enquanto comunidade. No Aragwaksã eles têm a oportunidade de passar às suas crianças o conhecimento dos mais velhos, de passarem a consciência da origem de sua etnia, vivenciando e praticando seus costumes e tradições.

Em 2016 deverá ser comemorado o 18º Aragwaksã. Para ilustrar essa festa veja fotos do Aragwaksã de 2014:






















Brenda Salzmann.


FONTE:
Muká Mukaú Portal da Cultura Viva Pataxó. 2011. Acesso in 22/03/2016. Disponível em <http://www.mukamukaupataxo.art.br/Celebracoes>.
Fotografias: Prefeitura Municipal de Santa Cruz de Cabralha. 2014. Acesso in 22/03/2016. Disponível em <http://cabralia.ba.gov.br/Materia_especifica/6579/16o-Aragwaksa---A-conquista-do-povo-Pataxo>.