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segunda-feira, 28 de março de 2016

Alimentação e Culinária Pataxó

Conhecidos pela culinária baseada em produtos naturais, onde os ingredientes são carnes de caça, pesca e frutos, raízes plantadas na própria reserva da tribo, antigamente os índios pataxós se mantinham apenas com esses produtos, porém, com a proibição da caça devido a extinção de animais, eles passaram a ter como base de sua alimentação diária a farinha de mandioca produzida em suas aldeias e por produtos comprados em mercados e mercearias da região.

Hoje os cozidos típicos da tribo são preparados apenas em comemorações como casamentos, batizados e na festa das águas. Pratos que são acompanhados pela bebida típica chamada cauim, feita a base de mandioca e sendo diurética. Outra receita típica a base da mandioca na tribo pataxó é a macaíba, conhecido em algumas regiões como beiju e tapioca. Um prato muito popular da tribo é o peixe na folha da patioba, alimentam muito saudável, que acreditam rejuvenescer o corpo e purifica o espirito.

Cultivam o Inhame, batata, amendoim e taioba. Produzem bebidas à base de tubérculos, raízes folhas, sementes de frutos. Caça de carne vermelha de animais de floresta como capivara, porco-do-mato, macaco e outros. O trabalho na lavoura é realizado pelos homens, as mulheres ficam responsáveis pela colheita e preparo.

Figura I: Mulheres indígenas trabalhando na colheita e preparo da mandioca. Disponível em<http://www.cliquef5.com.br/>

Toda a alimentação dos índios é natural com alimentos sem agrotóxicos. Isso ajuda na a serem saudáveis devido a abundância de nutrientes vitaminas e sais minerais.

Culinária Pataxó - Peixe na patioba

Modo de fazer: Pegar três patiobas de tamanho médio. Patioba é folha de uma palmeira encontrada na Mata Atlântica, o pati. Elas são lavadas depois colocadas no fogo para murchar. Em seguida pegar o peixe e coloca um pouco de sal, sem outros temperos. Logo depois pegar as três folhas e amarra ao peixe com a ajuda de um cipó verde. Quando estiver devidamente amarrado deve ser levado ao fogo, em brasa ou rescaldos, bastante aquecido para não queimar a folha e o peixe. Fica pronto em cerca de 30 minutos e deve ser comido com farinha de puba ou mandioca assada ou cozida.

Preparando o peixe na patioba. Disponível em <http://hojenaocompreiojornal.blogspot.com.br/>


Tamires Lunkes.


FONTE: 
Yandê A Rádio de todos. <radioyande.com/CEDEFES. <cedefes.org.brRede Globo. <redeglobo.globo.comZum. <zum.com.br>

quinta-feira, 24 de março de 2016

Um pouco sobre o blog...

Caros leitores, esta postagem é dedicada ao nosso plano de fundo. O conjunto pictórico que o compõe é formado por ilustrações de Taisa Borges. Em alusão aos desenhos presentes em dois daqueles que compõe uma coleção de cinco livros de lendas indígenas brasileiras da Editora Escrita Fina (“Era Uma Vez na Floresta” e “Ceiuci - A Velha Gulosa” de Maria Inez do Espírito Santo, “Tempo de Aldeia” de Edith Lacerda, “Saudades de Amanhã” de Daniel Manduruku, e “Um Índio em Minha Casa” de Tânia Mara de Aquino). Por meio dos livros a editora procura mostrar que as lendas e os ensinamentos que vieram dos povos indígenas são muito vastos e não podem limitar-se apenas ao Dia do Índio.

Veja a seleção do blog abaixo e mais desenhos de Taisa em cargocollective.com/taisaborges







Brenda Salzmann.


FONTE:
O Dia. 2015. Acesso in 23/03/2016. Disponível em <http://odia.ig.com.br/diversao/2015-04-18/a-forca-dos-mitos-indigenas-nas-paginas-de-cinco-livros.html>

terça-feira, 22 de março de 2016

Um pouco mais sobre o Aragwaksã - A conquista do povo Pataxó

Como vimos na postagem anterior, uma das principais festas do povo Pataxó é o Aragwaksã. O Aragwaksã é comemorado desde o ano de 1999 na Reserva da Jaqueira na Aldeia Coroa Vermelha, acontece sempre no dia primeiro de agosto e pode-se estender por até três dias de festa. É uma comemoração que envolve muitos outros rituais. Durante o Aragwaksã o povo Pataxó canta, dança, realiza seus casamentos tradicionais, batismo, a caçada do guerreiro e ainda praticam modalidades esportivas. É um momento de confraternização. Participam mais de quinze aldeias, os pajés e a liderança e ainda é aberto a turistas, e outras pessoas de fora da tribo que desejam conhecer mais sobre essa cultura.

Durante o Aragwaksã os índios Pataxó comemoram a grande conquista, que foi o estabelecimento de seu espaço na Reserva da Jaqueira. Eles aproveitam este marco importante na história, comemorado todos os anos, para conservar a tradição e cultura de seu povo. No decorrer dos atos festivos eles se fortalecem enquanto comunidade. No Aragwaksã eles têm a oportunidade de passar às suas crianças o conhecimento dos mais velhos, de passarem a consciência da origem de sua etnia, vivenciando e praticando seus costumes e tradições.

Em 2016 deverá ser comemorado o 18º Aragwaksã. Para ilustrar essa festa veja fotos do Aragwaksã de 2014:






















Brenda Salzmann.


FONTE:
Muká Mukaú Portal da Cultura Viva Pataxó. 2011. Acesso in 22/03/2016. Disponível em <http://www.mukamukaupataxo.art.br/Celebracoes>.
Fotografias: Prefeitura Municipal de Santa Cruz de Cabralha. 2014. Acesso in 22/03/2016. Disponível em <http://cabralia.ba.gov.br/Materia_especifica/6579/16o-Aragwaksa---A-conquista-do-povo-Pataxo>.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Principais rituais e festas Pataxó

Como a maioria das tribos indígenas, o povo Pataxó possui diversas tradições. Tem o costume de serem guerreiros, lutam para firmar em um lugar e fazer a preservação da língua, história e cultura.

Começamos falando sobre alguns de seus rituais:

TOHÉ

Nos dias de rituais, reúnem todos os índios para dançarem o tohé, que nada mais é do que uma forma de oração coletiva, podendo ser celebrado em momentos tristes e alegres. Unindo assim, idosos e crianças, homens e mulheres. Através do canto e da dança, o povo adquire energias da terra, do ar, da água, do fogo e de todas as energias positivas que formam a natureza.

AWÊ

O Awê significa o amor, a união e a espiritualidade com a natureza. É o mais antigo ritual, ou seja, sempre existiu, ninguém sabe informar quando começou. Englobam coreografias variadas, cada pessoa dança com um sentido determinado.

Os índios da Coroa Vermelha estão resgatando a cultura dos antepassados, mas esse resgate não pode ser mostrado aos não indígenas, “porque tem que ter um segredo do ritual, o segredo é a segurança, um segredo é a resistência de nós como área indígena”. Afirma o líder Nelson Saracura.


RITUAL DA CHUVA

Quem nunca ouviu falar sobre a dança da chuva? Antigamente, os índios mais velhos faziam esse ritual quando estavam precisando dela. Eles faziam amontoados de galhos e folhas e, colocavam fogo. Assim, com a fumaça virando nuvem caía à chuva. Se fizessem de manhã, a chuva cairia de tarde. Por fim, eles faziam o canto de agradecimento.

Vale lembrar, que nos dias 5 e 12 de outubro, eles realizam o ritual da água, que é uma forma de agradecer pela chuva, que é a protetora das colheitas. Ao final do ritual, acontece um banho de lama e água, para purificação do corpo e da mente.


Vamos conhecer agora sobre suas festas:

NAMORO E CASAMENTO

O namoro pataxó é bem discreto, quando um se interessava no outro, eles ficavam se jogando pedrinhas, isso é um sinal que eles já estavam namorando. Quando o índio resolve pedir sua namorada em casamento, ele entrega uma flor, se ela aceitar é porque a resposta foi “sim”.

Depois dessas etapas, os noivos comunicam com suas famílias e o cacique e, começam os preparativos para o casamento, o noivo prepara sua casa e seu roçado. O casamento é realizado pelo cacique, reunindo toda a aldeia. Nesse dia, o noivo carrega uma pedra, representando o peso da noiva, em uma distancia que é determinado pelo cacique e pelos pais dela. Carregar a pedra simboliza a força e a resistência para manter sua família, se ele não conseguir carregar, não haverá casamento.

Chegando ao local da cerimônia, ele coloca a pedra no chão e, realiza a troca de corares, que simboliza a união entre os noivos pataxós. Depois da cerimônia, todos vão comemorar na casa dos noivos, festejarem e beberem caium.


ARSGWAKSÁ

É uma festa comemorativa do aniversario do Projeto Jaqueira, que foi o primeiro projeto implantando em uma aldeia indígena, os índios desta reserva estão envolvidos em um projeto de responsabilidade social. Essa festa inclui apresentações e provas físicas.


FOLIA DE REIS

Na tribo Pataxó, é muito comum relato de folia e esmola do Divino Espírito Santo. Um grupo de foliões chega carregando uma bandeira e se dirige à capela, depois de recolher as esmolas. A reza noturna atrai a população local. 

No lugarejo principal da aldeia, são montadas barracas iluminadas. A sinuca é a principal atração. Crianças e jovens desfilam com suas melhores roupas.

Essa postagem teve como objetivo nos apresentar mais sobre algumas tradições da tribo Pataxó.


Isabela Beltrão.


FONTES: 
Índios Online. Disponível in <http://www.indiosonline.net/a_cultura_do_povo_pataxo_hahahae_1/>
Portal da Cultura Pataxó. Disponível in <Pataxó http://www.mukamukaupataxo.art.br/Rituais-cantos-e-dancas
Blog Jefferson World Trip. Disponível in <http://jeffersonworldtrip.blogspot.com.br/2010/11/feira-internacional-de-artesanato-e.html
Radar 64. Disponível in <http://radar64.com/noticia/tribo-pataxo-e-convidada-para-jogos-mundiais-indigenas_26266.html
Blog Gisele Finatti Baraglio. Disponível in <http://gisele-finatti-baraglio.blogspot.com.br/2013/10/pataxo-rito-e-mito.html>

domingo, 13 de março de 2016

Pataxó: Uma breve introdução

13/03/2016. Disponível in <http://jornalturismoeeventos.com.br/wp-content/uploads/2016/02/cultura.jpg>

Os Pataxós são um grupo indígena brasileiro. De acordo com registros são um dos mais antigos. Inicialmente o povo Pataxó era nômade, viviam entre três e quatro meses em uma região e então mudavam-se. A aproximadamente 150 anos foram forçados a se aldearem devido aos conflitos de terra, desmatamento e degradação do território que ocupavam. No século XX passaram pelo processo de aculturação e foram colocados a margem da sociedade. Concentraram-se então no extremo sul da Bahia e alguns ainda partiram mais para o interior chegando a ocupar o norte de Minas Gerais.

Em 1816, em busca da manutenção de sua comunidade passaram a viver mais próximos da costa. Observa-se assim uma mudança nos costumes em decorrência da declinação de recursos de seu ambiente. Diminui-se a caça e passam a praticar principalmente a pesca, a coleta de mariscos, caranguejos e demais produtos advindos da costa e do mar. 

13/03/2016. Disponível in <http://www.anai.org.br/PRJA/?cat=3>

Em 1861 o processo de aldeamento se intensifica e são colocados então na Reserva Aldeia Barra Velha, a menos de um quilometro da costa, entre as embocaduras dos rios Caraíva e Corumbáu, próxima a Porto Seguro-BA. Aldeia de Barra Velha passa a ser então a Aldeia Mãe, de onde todos nasceram, torna-se o local sagrado, a ligação com seus antepassados. Importante ressaltar ainda que existem aldeias no norte de Minas Gerais, mas que são todos oriundos do sul da Bahia.

(Monte Pascoal – o morro avistado por Pedro Álvares Cabral no sul da Bahia, ao descobrir o Brasil – 13/03/2016. Disponível in <http://horizontegeografico.com.br/exibirMateria/83/o-parque-dos-pataxo#sthash.dhydpEvO.dpuf>)

13/03/2016. Disponível in <http://tvbrasil.ebc.com.br/expedicoes/fotos-1>

Os Pataxó são do tronco linguístico Macro-jê, da família Makaxali e sua língua é o Patxohã. Devido ao processo de aculturação sofrido por este povo sua língua mãe foi aos poucos sendo substituída pelo português, mas existe hoje dentro das Aldeias Pataxó uma forte consciência da importância da retomada de seus costumes antigos. Para isso os novos índios frequentam as escolas indígenas onde aprendem o ensino comum, mas também aprendem sobre sua cultura, sua identidade como Pataxó, a língua Patxohã e a relevância de conservar seus ritos e a passagem de suas crenças e histórias. Os Pataxó consideram-se um povo guerreiro, que sempre lutou e continuará a luta para preservação de seus costumes. 

De acordo com o Antropólogo Ronaldo Lobão “o povo Pataxó é uma presença ativa na vida econômica, política, social e cultural do extremo sul da Bahia”. Com a criação deste espaço pretendemos documentar nossa pesquisa e fomentar a curiosidade e vontade de aprender não só sobre os Pataxós, mas também sobre a importância dos povos indígenas no Brasil e compreender a parte da contribuição desta cultura para formação da identidade cultural brasileira. 

Brevíssima apresentação com o intuito de convidar a todos para iniciarmos os trabalhos, bem vindos! 


Brenda Salzmann. 


FONTES:
Artigo: PREDES, Ianê de Albuquerque. Pataxó: Memória, Desenho E História. Anais do V Encontro Estadual de História ANPUH-Ba. 2010. Acesso in 12/03/2016. Disponível em <http://vencontro.anpuhba.org/anaisvencontro/I/Iane_de_Albuquerque_Predes.pdf
TV Brasil, Programa Expedições, Documentário: Índios Pataxós e a Terra do Descobrimento. 2012. Acesso in 12/03/2016. Disponível em: <http://tvbrasil.ebc.com.br/expedicoes/episodio/indios-pataxos-e-a-terra-do-descobrimento-0>. 
Povos Indígenas, Fundação Nacional do Índio. Acesso in 13/03/2016. Disponível em <http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJA63EBC0EITEMID97E40658299248708ABD93B127495C90PTBRNN.htm>.