Pesquisar este blog

terça-feira, 21 de junho de 2016

O Artesanato

O artesanato é feito a partir de tudo aquilo que a natureza oferece tais como madeiras, sementes, palhas, cipós, argilas, penas, bambus, e etc. Alguns artesanatos são feitos de barro como o pote, a talha e a panela. Outros são feitos de cipó como o caçuar e o cesto. E ainda têm os que são feitos com uruba como a peneira e o leque. Toda esta produção artesanal está ligada às necessidades do cotidiano, bem como, alguns artesanatos estão relacionados a proteção espiritual como, por exemplo, o colar de Tento.

Os povos sempre vendem objetos típicos em eventos fora da Aldeia. Uma vez por semana, um representante da aldeia vai à cidade mais próxima e tenta vendê-los. Peneiras, bolsas, cestos, flechas, tiaras, brincos e colares são os mais procurados pelos “não índios”. “Todo dinheiro das vendas é utilizado para ajudar o povo da aldeia”. No fim de eventos, que duram até uma semana, é possível vender até R$170 em objetos, mas esse dinheiro ainda é muito pouco para ajudar as deficiências das aldeias.

O artesanato é uma das maneiras do povo pataxó manter viva a cultura, é no artesanato que os pataxós criam o que foi aprendido com os antepassados, cada artesanato tem um significado e um jeito para ser usado.






Myllena Maboni.

FONTES:
Uni Blog: Auxílio para Trabalhos Pedagógicos. Disponível em <http://www.uniblog.com.br/heloquin/441702/tribo-pataxo.html>.
Prefeitura de Carmésia, MG. Disponível em < http://carmesia.mg.gov.br/municipio/povo-pataxo>.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

O Fogo de 1951

O Fogo de 1951 é um marco bastante trágico da história Pataxó. Dois homens homens procuraram pelos Pataxós dizendo que haviam interesse em ajudar na demarcação que terras Pataxó que enfrentavam um conflito com o governo do Estado que criara o Parque  Nacional de Monte Pascoal, território Pataxó. Houve então um assalto, realizado por estes dois homens. Porém, foram os Pataxós que sofreram as consequências cruéis da culpa que lhe impuseram. A Aldeia Barra Velha se extingui. Houve incêndio, mortes e muita crueldade. Os Pataxós que sobreviveram fugiram e se refugiaram como puderam. Nos anos 2000 quatro famílias voltaram a reivindicar suas terras em torno do Monte Pascoal.

Para ilustrar esta história veja imagens de "Um cordel indígena: Historia dos dois ladrões que obrigou os índios roubar" (ver fonte) e "O Fogo de 1951", de Jorge Linhaça:









O Fogo de 1951
Jorge Linhaça

Viviam os Patoxó
em sua terra em paz
E dois filhos do satanás
Servos dos "nobres" (quem mais?)
Sem nome que seja lembrado
Fizeram um plano traçado
De intriga e serventia
que aos do poder serviria
Pra território ocupado

Era o Parque Nacional
do dito Monte Pascoal
Sobreposto ao território
dos Pataxó, que imbróglio
Madeireiras, pecuária
as desculpas da mortalha
Interesse da nação?
Levando á quase extinção
A tribo pacífica, agrária

Engenheiro e tenente
Fazendo-se de amigos
dos Pataxó residentes
Convenceram essa gente
a visitar Corumbau
Num episódio fatal
Que merece ser lembrado
Como um ardil engendrado
de memória surreal

Saquearam o armazém
E cortaram o telégrafo
Inputaram a culpa a quem?
Ao grupo dos Pataxó
Logo a polícia sem dó
Aliada à jagunçada
A Aldeia fez cercada
Mataram, prenderam, sem dó
Qual tragédia anunciada

Pataxó escravizados
Manchando nossa história
Com esta triste memória
Foi tão grande a matança
E tão pouca a esperança
Que índio virou caboclo
Para escaparem uns poucos
Do destino tão cruel
Que me traz à boca o fel

Declarados extintos
Os pataxós escondidos
Aos poucos foram crescendo
A cultura refazendo
Em seus lugares distintos
O ano já era dois mil
E 120 famílias
Descendentes da armadilha
Tiveram um ato viril

Retornaram à aldeia
sua terra imemorial
Resgate da identidade
Não caboclo da cidade
O seu nome era um só
Nobre povo Pataxó
Foram expulsos à bala
por capangas da gentalha

Em 2003 retornaram
Por sua terra lutaram
Aldeias reconstruíram
Resgatando a cultura
Em seára seca e dura
Até que enfim atingiram
Derrotar os que os baniram
Retomar seu território
Depois de anos inglórios
Que os carrascos infligiram

Salve o povo Pataxó
Viva a sua resistência
Apesar da anuência
De um governo sem dó
Que com sua displicência
Achando ter competência
Quase reduziu a pó
Os primeiros brasileiros
A contatar estrangeiros

Viva Dona Zabelê
Sobrevivente do fogo
que nunca negou o seu povo
Viva Kijetxawê
A escola edificada
Essa"Casa ond'a cultura
é experencializada"
Na língua Patxohã
Por dona Zabelê falada

Findo aqui o meu relato
Mais um fato esquecido
Esperando que os ouvidos
Ouçam e entendam de fato
Quão grande é a ganância
E tão pouca a excelência
De quem tem a prepotência
De se achar por sobre a lei
E praticar tão vis atos

A diáspora Pataxó
E a sua resistência
Que nos sirvam de recado
De que as linhas do tempo
Não respeitam geografia
Qual diáspora Judia
Voltou o povo à terra
Cada qual com sua guerra
Mas com o mesmo resultado

Brenda Salzmann.



FONTES:
Recanto das Letras. Salvador, 11 de dezembro de 2011, (contatos com o autor: anjo.loyro@gmail.com). Fonte bibliográfica: <
http://www.rededesaberes.org/3seminario/anais/textos/ARTIGOS%20PDF/Artigo%20GT%202A-06%20-%20Paulo%20de%20T%E1ssio%20Borges%20da%20Silva.pdf>. Disponível em <http://www.recantodasletras.com.br/cordel/3383574>
Florent Kohler. Um cordel indígena: Historia dos dois ladrões que obrigou os indios roubar. Congresso Internacional de Literatura de Cordel, Oct 2005, Poitiers, France. HAL Id: halshs-00263689 https://halshs.archives-ouvertes.fr/halshs-00263689 Submitted on 13 Mar 2008. Disponível em <
https://hal.archives-ouvertes.fr/halshs-00263689/document>
CUNHA, Rejane Cristine Santana. O FOGO DE 51: Entre a memória oficial e as subterrâneas. Anais Eletrônicos - VI Encontro Estadual de História - ANPUH/BA, 2013 ISSN 2175-4772. Disponível em <
http://anpuhba.org/wp-content/uploads/2013/12/rejane-cristine-santana-cunha.pdf>

Povo Pataxó na Costa do Descobrimento

Em nossa primeira postagem trouxemos como fonte um documentário da TV Brasil, que no seu programa Expedições falou do Povo Pataxó na Costa do Descobrimento. Veja a nota a seguir (retirada do site da TV Brasil) e logo abaixo o vídeo do documentário.


"Programa mostra a luta do povo que encontrou meios para resistir à pressão dos brancos e manter sua cultura

Expedições percorre o sul da Bahia para conhecer os índios Pataxós, que estão totalmente ligados à terra do descobrimento. Concentrados em aldeias há pelo menos 150 anos, esse grupo indígena ocupa o litoral baiano, que vai desde Belmonte e Cabrália, ao norte, passando por Porto Seguro e Monte Pascoal, até Prado, ao sul.

No século XX, os Pataxós sofreram um grande processo de aculturação e foram colocados à margem da sociedade. Os resultados foram a invasão de seus territórios e a perda quase total de sua cultura – um processo intensificado, principalmente com a implantação de grandes fazendas de pecuária.

Paula Saldanha e Roberto Werneck documentam a Reserva da Jaqueira, ligada à Reserva da Coroa Vermelha, que abriga um Ponto de Cultura, onde famílias vivem para manter e divulgar a cultura Pataxó; Barra Velha, considerada a ‘Aldeia Mãe’, a mais populosa e a mais tradicional; Aldeia Pé do Monte, na base do Monte Pascoal – referência espiritual para os Pataxós; e as ‘Escolas Diferenciadas’, com professores indígenas e ensino bilíngue, que preparam os jovens para a vida moderna, valorizando os costumes, a cultura e a identidade étnica entre as novas gerações.

Uma conquista recente foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STJ), que reconheceu o direito dos Pataxós às terras da reserva Caramuru-Catarina-Paraguassu, anulando todos os títulos de propriedade concedidos a fazendeiros, em terrenos localizados dentro dessa área indígena.

Expedições mostra o que lideranças indígenas estão fazendo para conquistar qualidade de vida para cerca de 20 mil brasileiros que compõem o povo Pataxó. O documentário mostra também a luta de um povo guerreiro que encontrou meios para resistir à pressão dos homens brancos e para manter sua cultura viva."



Brenda Salzmann.

Ubiranan Pataxó

O índio Pataxó Ubiranan (nome que traduzindo de sua língua significa o filho do grande guerreiro) é um representante do povo Pataxó do extremo sul da Bahia que viaja com intuito de mostrar a cultura de seu povo. Seguem diversos vídeos de Ubiranan:

Aqui o índio se apresenta e faz uma demonstração de canto de pássaros utilizando instrumentos artesanais na Feira de Artesanatos nos Jogos dos Povos Indígenas, em Cuiabá, em 2013. Através do uso dos sons Ubiranan ensina alunos da aldeia e de escolas públicas da cidade de Porto Seguro (BA), a distinguir os cantos dos pássaros, que para os índios têm significados distintos, e também a respeitar a natureza.


Em entrevista durante o Rio+20 (Entenda o Rio+20: www.rio20.gov.br):


Em matéria sobre a festa Aragwaskã, que já falamos aqui:



No Festival Nacional da Cultura Indígena de 2012 em Bertioga:


Em conversa com a redação do Jornal do Tocantins e falando um pouco sobre a presença e as expectativas para os Jogos Mundiais Indígenas:

Assista ao vídeo AQUI.

Ubiranan já ficou bastante popular na internet e existem videos que exaltam as qualidades do indígena e brincam como verdadeiras declarações. Poderíamos, quem sabe, chamá-lo de galã Pataxó.


Brenda Salzmann.


FONTE:
Ministério do Esporte. Disponível em <http://www.esporte.gov.br/index.php/ultimas-noticias/209-ultimas-noticias/45608-guerreiro-pataxo-encanta-ministro-com-assovios-ao-imitar-o-canto-dos-passaros>


O Povo Brasileiro - Matriz Tupi





Um documentário baseado na obra de Darcy Ribeiro, O Povo Brasileiro. Inicia-se com “Matriz Tupi”, o primeiro povo componente da etnia brasileira. O Brasil índio já existia a mais de mil anos dos 1500, quando houve o encontro com os descobridores.

Há uma descrição dos povos indígenas que aqui habitavam, bem como as suas principais características. Os índios basicamente eram os tupinambás. Não havia, no entanto, uma nação tupi, havia uma abundância de tribos, totalmente autossuficientes em sua interação com a natureza. Conheciam a natureza em detalhes, conhecendo plantas e animais e conhecendo os diferentes usos a fazer.

Darcy viveu por dez anos com os índios, que se tornaram a sua maior paixão.

Os tupinambás viviam em função das guerras e das festas. A guerra era por conquista de melhores espaços. Não escravizavam os vencidos, incorporavam a sua força, realizavam ritos antropofágicos, o ritual maior de suas festas. Não havia pelejas internas, furtos ou brigas. Eram educados para a convivência a partir dos mais velhos. O poder emanava do exemplo, do carisma e da tradição. Jamais se davam ordens. Havia muitas liberdades. Casamentos podiam ser feitos e desfeitos. A homossexualidade não era vergonhosa e não era escondida de ninguém.

Havia a diferença de gênero, os homens eram educados para as funções da caça e da pesca e para a fabricação destes utensílios, bem como as canoas. As mulheres eram educadas para a tecelagem, o preparo das comidas e das bebidas e das grandes festividades. Não havia praticamente diferenças entre arte e trabalho. Não faziam grandes distinções entre esta vida e a outra. A outra seria uma continuidade do paraíso em que já viviam.

Iniciando o estágio da agricultura, já cultivavam a mandioca, o milho, a batata-doce, o cará, o feijão, o amendoim, o tabaco, a abóbora o guaraná, entre outros, e faziam deles alimentos e matérias primas para condimentos, estimulantes e venenos. Conheciam e interagiam com a natureza.

O traço mais marcante de sua cultura era a preservação de sua identidade. Na convivência aprendiam a serem índios. Era uma força que brotava de seu interior. A alegria era uma de suas maiores marcas. Viviam fazendo festas, comemorando nascimento, plantio, colheitas e mesmo rituais fúnebres. Eram implacáveis com os seus inimigos. Na guerra havia honra, uma ética e até uma estética. A morte era natural. A tribo os vingaria. Só não cabia em sua cultura, a desonra, a fuga e a mostra de fragilidades. Darcy narra o encontro com um índio que lhe nomeou mais de 1000 parentes, tal era o valor que davam aos grupos tribais e gostavam de lembrar e serem lembrados pelos feitos em sua vida. Não tinham como se vangloriar de posses, pois tudo era comum.

Tinham tudo, mas nada possuíam. Cultivavam roças próprias, mas a terra era de uso comum. Entre as grandes heranças nos deixaram os deslocamentos rápidos e a convivência com a floresta, o banho diário, a alimentação, mas acima de tudo a sua vida integrada com a natureza e o seu espírito de alegria e predisposição para a festa. Viviam se pintando, se enfeitando, cantando, dançando e brincando. Havia ricos rituais para tudo.

Quando viram os colonos chegarem a seu paraíso, imaginaram que eram os deuses que com eles vieram conviver no paraíso. Mal pensaram eles que era outra cultura chegando e que faria deles, meros objetos para os seus ganhos em outros valores, os valores cifrados em pau-brasil, cana de açúcar, ouro ou diamantes. Uma cultura que os transformaria em ninguém, palavra que Darcy usa bastante, para designar que com a soma desses ninguéns é que foi se formando o povo brasileiro e a ele dando identidade. Além de Darcy, participam deste primeiro capítulo, Aziz Ab'Saber e Washington Novaes, que explanam sobre o tema e Chico Buarque de Holanda a fazer leituras. (Texto: Blog do Pedro Eloi).


Brenda Salzmann.


FONTES:
Blog do Pedro Eloi. Disponível em <http://www.blogdopedroeloi.com.br/2013/04/o-povo-brasileiro-1-matriz-tupi.html>
VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=wfCpd4ibH3c.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Reconhecimento Étnico

Os índios Pataxós foram reconhecidos como tribo indígena brasileiras logo após a chegada dos portugueses ao Brasil, no ano de 1.500, juto a tribo Tupi-guarani. Pelo norte do estado do Espírito Santo até Ilhéus na Bahia era possível encontrar grande número desses índios. Mas a legitimação dessa tribo veio mais tarde, em 1926, após a Lei estadual publicada no Diário Oficial de Salvador de 11 de agosto. Contudo, as grandes dificuldades para preservar seu legado histórico e cultural transcendeu por longos séculos, e persiste até hoje.

De acordo com a Funasa, órgão federal responsável também pela saúde dos índios, existiam 2.375 índios pataxós, até 2010, localizados em boa parte da região litorânea do estado da Bahia. Até antes mesmo desta última contabilização os integrantes das tribos, essa população indígena já vinha apresentando perda de componentes do grupo devido a tomada de terras indígenas pelos portugueses que ainda continua, porém atualmente com os ruralistas como precursores das disputas.






Myllena Maboni.



FONTE:
Pensamento Verde. Disponível em <http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/saiba-mais-sobre-os-indios-pataxos/#>.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Pintura Corporal Pataxós

A pintura corporal tem grande valor cultural para os pataxós, pois representa parte da história do povo, e está relacionada aos seus principais rituais sagrados. Para cada grande evento, como casamentos, nascimentos, lutas ou danças, há pinturas específicas para cada parte do corpo com significados profundos. Já através do canto e da dança, os pataxós retiram as energias da terra, do fogo, da água e do ar, e estabelecendo uma comunhão com a natureza.


Os materiais utilizados normalmente para isso são tintas como o urucum que produz o vermelho, o jenipapo da qual se adquire uma coloração azul marinho quase preto, o pó de carvão que é utilizado no corpo sobre uma camada de suco de pau-de-leite, e o calcário da qual se extrai a cor branca.

O processo de preparação da tinta consiste em ralar a fruta com semente e depois misturá-la com outros pigmentos, como o carvão, para diversificar as cores. Essa pintura corporal tem como objetivo diferir os povos, determinar a função de cada um dentro da aldeia e, em alguns casos, mostrar o estado civil. Algumas índias utilizam esse método, por exemplo, para “dizer” que estão interessadas em encontrar um parceiro. Qualquer índio pode preparar o material e depois usá-lo. Entretanto, é importante tomar muito cuidado com os desenhos a serem pintados. Cada etnia tem sua própria marca e se alguma outra utilizar a mesma, uma luta entre as aldeias pode ocorrer.


O corpo é pintado com urucum para as festas, lutas, trabalhos e retomadas das terras. Já a pintura com jenipapo é usada quando vão dançar o Awê e nas batalhas. 

Para os Pataxó, em cada tipo de linguagem há um espírito, cada coisa que fazem é uma homenagem a eles. Tudo o que fazem envolve muito respeito pois tudo na vida deles é sagrado.

Nas pinturas corporais dos índios Pataxó, cada cor tem seu significado:

- VERMELHA: é usada para a guerra;
- PRETA: usada no luto de parente;
- BRANCA: significa paz.




Myllena Maboni.


FONTES:

Blog Diversidade e Identidade. Disponível em <http://diversidadeeidentidade.blogspot.com.br/2011/04/pinturas-corporais-pataxo.html>.
AVIESP (Associação das Agências de Viagens Independentes do Interior do Estado de São Paulo, Especial Bahia: Conheça os Índios Pataxós. Disponível em <https://aviesp.com.br/2016/02/24/especial-bahia-conheca-os-indios-pataxos/>.
Uni Blog: Auxílio para Trabalhos Pedagógicos. Disponível em <http://www.uniblog.com.br/heloquin/441702/tribo-pataxo.html>.